A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai destinar,
já no próximo processo seletivo de alunos para a graduação, o
Vestibular 2013, o mínimo de 870 vagas exclusivas para os
candidatos que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em
escolas públicas. Esse contingente, que representa 12,5% do
total de vagas definidas para o próximo exame (6.961), será
submetido à ratificação do Conselho Universitário e cumpre
determinação da Lei nº 12.711, sancionada ontem (29) pela
presidenta Dilma Rousseff.
Segundo o reitor Anísio Brasileiro, a medida está em
consonância com os princípios e mecanismos concretos
implantados nos últimos anos na UFPE, com o objetivo de
favorecer estudantes com vulnerabilidade econômica. “Já
ampliamos as vagas nas casas universitárias e o número de
bolsas de permanência e de auxílio-transporte, apoiamos os
cursos pré-acadêmicos, construímos o Restaurante Universitário
no campus do Recife e ainda vamos implantar em Caruaru”,
afirmou Brasileiro.
PROGRESSÃO – A nova Lei estipula prazo
de quatro anos para que as instituições cheguem a oferecer um
total de 50% de vagas exclusivas para os candidatos que
atendam ao requisito primordial do sistema de cotas, ou seja,
a procedência do ensino da rede oficial de ensino. Portanto,
as instituições podem se adequar às exigências numa progressão
de 12,5% ao ano, como fará a UFPE neste ano, até alcançar o
total estipulado na norma e destinar metade do total das vagas
para candidatos com esse perfil.
Outra exigência da Lei, desses 50% reservados para os
cotistas que atendam ao primeiro crivo, metade deve ser
destinada àqueles candidatos que apresentem comprovação de
renda familiar mensal igual ou inferior a um salário-mínimo e
meio per capta. No caso da UFPE, no próximo vestibular serão
reservadas 435 vagas exclusivas para os concorrentes com essa
característica. E mais: segundo a Lei, elaborada por
iniciativa do Poder Executivo Federal, cada instituição deverá
preencher as cotas com autodeclarados pretos, pardos e
indígenas na mesma proporção em que esses segmentos são
encontrados na unidade da Federação em que se localiza a
instituição, de acordo com o último censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
BÔNUS – Com a medida anunciada hoje (30)
pelo reitor Anísio Brasileiro, a UFPE decidiu suspender a sua
política de bonificação de 10% sobre a nota conferida aos
candidatos oriundos da escola pública. Segundo a pró-reitora
para Assuntos Acadêmicos, professora Ana Cabral, será
preservado o modelo do Vestibular da UFPE, mantendo-se
inclusive as datas previstas tanto pelo Enem quanto pela
Covest para as provas 2ª fase (3 e 4 de novembro e 2 e 3 de
dezembro, respectivamente). O que pode sofrer alteração,
segundo Ana Cabral, é a data prevista para a inscrição no
exame promovido pela Covest, o vestibular, antes prevista para
iniciar no dia 11 de setembro. “Tão logo a Universidade
delibere sobre a nova data, todos serão informados”, garantiu
a pró-reitora.
Ao defender que a única forma de o país reverter suas
diferenças socioculturais é a partir do investimento na
Educação, o reitor Anísio Brasileiro fez uma ressalva: “Somos
(a universidade) parte do sistema, mas não podemos sozinhos
assumir esse compromisso. Há as instâncias estaduais e
municipais que também devem atender a esse chamado”, destacou.
Outra preocupação do reitor é quanto aos recursos destinados
pela União à Assistência Estudantil nas universidades,
instrumento determinante na política de permanência do aluno
carente na instituição. “O Governo precisa triplicar o
montante destinado a essa nossa linha de atuação”, alertou
Brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário