sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vestibular 2013 da UFPE destinará 870 vagas para candidatos cotistas


A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai destinar, já no próximo processo seletivo de alunos para a graduação, o Vestibular 2013, o mínimo de 870 vagas exclusivas para os candidatos que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas. Esse contingente, que representa 12,5% do total de vagas definidas para o próximo exame (6.961), será submetido à ratificação do Conselho Universitário e cumpre determinação da Lei nº 12.711, sancionada ontem (29) pela presidenta Dilma Rousseff.
 
Segundo o reitor Anísio Brasileiro, a medida está em consonância com os princípios e mecanismos concretos implantados nos últimos anos na UFPE, com o objetivo de favorecer estudantes com vulnerabilidade econômica. “Já ampliamos as vagas nas casas universitárias e o número de bolsas de permanência e de auxílio-transporte, apoiamos os cursos pré-acadêmicos, construímos o Restaurante Universitário no campus do Recife e ainda vamos implantar em Caruaru”, afirmou Brasileiro.
 
PROGRESSÃO – A nova Lei estipula prazo de quatro anos para que as instituições cheguem a oferecer um total de 50% de vagas exclusivas para os candidatos que atendam ao requisito primordial do sistema de cotas, ou seja, a procedência do ensino da rede oficial de ensino. Portanto, as instituições podem se adequar às exigências numa progressão de 12,5% ao ano, como fará a UFPE neste ano, até alcançar o total estipulado na norma e destinar metade do total das vagas para candidatos com esse perfil.
 
Outra exigência da Lei, desses 50% reservados para os cotistas que atendam ao primeiro crivo, metade deve ser destinada àqueles candidatos que apresentem comprovação de renda familiar mensal igual ou inferior a um salário-mínimo e meio per capta. No caso da UFPE, no próximo vestibular serão reservadas 435 vagas exclusivas para os concorrentes com essa característica. E mais: segundo a Lei, elaborada por iniciativa do Poder Executivo Federal, cada instituição deverá preencher as cotas com autodeclarados pretos, pardos e indígenas na mesma proporção em que esses segmentos são encontrados na unidade da Federação em que se localiza a instituição, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
BÔNUS – Com a medida anunciada hoje (30) pelo reitor Anísio Brasileiro, a UFPE decidiu suspender a sua política de bonificação de 10% sobre a nota conferida aos candidatos oriundos da escola pública. Segundo a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos, professora Ana Cabral, será preservado o modelo do Vestibular da UFPE, mantendo-se inclusive as datas previstas tanto pelo Enem quanto pela Covest para as provas 2ª fase (3 e 4 de novembro e 2 e 3 de dezembro, respectivamente). O que pode sofrer alteração, segundo Ana Cabral, é a data prevista para a inscrição no exame promovido pela Covest, o vestibular, antes prevista para iniciar no dia 11 de setembro. “Tão logo a Universidade delibere sobre a nova data, todos serão informados”, garantiu a pró-reitora.

Ao defender que a única forma de o país reverter suas diferenças socioculturais é a partir do investimento na Educação, o reitor Anísio Brasileiro fez uma ressalva: “Somos (a universidade) parte do sistema, mas não podemos sozinhos assumir esse compromisso. Há as instâncias estaduais e municipais que também devem atender a esse chamado”, destacou. Outra preocupação do reitor é quanto aos recursos destinados pela União à Assistência Estudantil nas universidades, instrumento determinante na política de permanência do aluno carente na instituição. “O Governo precisa triplicar o montante destinado a essa nossa linha de atuação”, alertou Brasileiro.
 

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