Na volta às aulas, o colunista Matheus Souza continua seu ‘Livro de autoajuda para nerds’
RIO - Volta às aulas! Hora de reencontrar os amigos, os professores, voltar a ter responsabilidades, fazer deveres, conhecer novos alunos, aprender novas coisas, ser expulso de sala por motivos diversos ou, se você não se encaixa por algum motivo no perfil padrão dos jovens com os quais você estuda... hora de se preparar pra mais um ano inteiro de bullying.
A coluna de hoje é mais um texto do meu futuro "Livro de autoajuda para nerds". Todo mundo sabe que contar para os pais ou para os professores não é o suficiente, então o objetivo do capítulo de hoje, caro amigo leitor, é te ensinar a fugir do bullying de maneira politicamente incorreta.
Aqui está tudo o que eu queria que tivessem me dito na minha época de colégio. O guia se divide em duas partes:
1 - Se você é grande
A base do bullying é a covardia. Ou seja, se você é grande e ameaçar revidar, o praticante da zoação vai se acovardar e te deixar quieto. Eu tinha um amigo nerd gigante que adorava dormir na aula. Certo dia pintaram as unhas dele com Liquid Paper. Ele, que era a pessoa mais calma da sala, saiu jogando estojos e livros na parede. Ele levou uma advertência, mas nunca mais o incomodaram.
OBS: Se você é certinho e medroso como eu era e morre de medo de levar uma advertência da coordenação, fique tranquilo. Depois que você levar a primeira, vai perceber que não vai mudar nada na sua vida. Hoje eu tenho 23 anos e nenhum amigo daquele tempo sequer se lembra de qualquer motivo que o fez sair de sala. Se o preço pra se livrar de uma zoação inconveniente é fazer algo "errado segundo as regras do colégio", não ligue pra isso.
2 - Se você não é grande
a) Resolvendo na base da violência
Se algum pedagogo ler isso vai querer me processar, mas, se você tiver um mínimo de capacidade de revidar uma agressão, vá em frente. É uma situação onde você só tem a ganhar. Suponhamos que você apanhe e quebre o nariz. Você tem uma prova no seu rosto de que seu inimigo é um marginal violento e ele pode ser suspenso. Agora suponhamos que, por um milagre, você seja o vitorioso na luta. Mesmo que você seja suspenso, sua moral aumenta com o resto da turma, sua autoestima passará por uma revolução e você se tornará um herói dos oprimidos. Com violência? Sim. Violência é feio? É. Mas você bateu num cara que merecia apanhar. Você é o Robin Hood do bullying.
OBS2: É bom se preparar bem para a batalha. A maioria dos praticantes de bullying é burra, então utilize sua inteligência contra eles. Pense em golpes inusitados: canetada Bic na barriga, pó de giz nos olhos, marca-texto destampado na boca, vale até morder.
b) Mexendo com o lado psicológico do adversário
É sabido que jovens pelo mundo que sofreram de agressões ou zoações chegaram a tentar resolver o assunto de forma drástica, como no massacre de Columbine. Utilize isso a seu favor. Finja para seu inimigo que você é emocionalmente instável e que ele pode acabar se dando mal. Escreva uma daquelas cartas anônimas com letras de revistas recortadas dizendo “Se você continuar fazendo isso, vou matar sua família inteira”.
Se ele te denunciar, esconda todas as evidências e negue até a morte que foi você. E não se esqueça de fazer um olhar de maníaco para ele em toda oportunidade que surgir.
c) A vingança é um prato que você pode esquentar no microondas
Uma coisa que aprendi com a vida é que as pessoas geralmente não recebem a punição merecida pelas coisas erradas que fazem. Então o que resta é entrar no jogo. Chegue mais cedo do recreio e coloque baratas na mochila do infeliz. Entre na Internet e descubra coisas que podem ser usadas contra ele, como divórcio dos pais ou fotos da irmã piriguete, e divulgue no mural da sala de aula.
d) Resolvendo com o humor
Não importa se suas características físicas podem gerar mais piadas do que as do seu adversário. Pessoas inteligentes podem pensar em piadas melhores do que pessoas burras. E todo mundo, no fundo, só quer rir. Retribua as zoações se você tiver segurança de que seu material é engraçado. Arranje um modo de rirem mais dele do que de você. E faça piadas pontuais no meio de uma aula. Torne-se querido para o restante da sala, aqueles que não são nem opressores nem oprimidos e eles vão, com o tempo, começar a reprimir tudo que for contra você.
Bom, é isso. O lado bom é que, independente da opção escolhida, tudo isso passa. E vira piada em mesa de bar ou em coluna semanal.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/megazine/guia-politicamente-incorreto-para-sobreviver-ao-bullying-na-escola-3806483#ixzz1l7IW5sKU
© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
A coluna de hoje é mais um texto do meu futuro "Livro de autoajuda para nerds". Todo mundo sabe que contar para os pais ou para os professores não é o suficiente, então o objetivo do capítulo de hoje, caro amigo leitor, é te ensinar a fugir do bullying de maneira politicamente incorreta.
Aqui está tudo o que eu queria que tivessem me dito na minha época de colégio. O guia se divide em duas partes:
1 - Se você é grande
A base do bullying é a covardia. Ou seja, se você é grande e ameaçar revidar, o praticante da zoação vai se acovardar e te deixar quieto. Eu tinha um amigo nerd gigante que adorava dormir na aula. Certo dia pintaram as unhas dele com Liquid Paper. Ele, que era a pessoa mais calma da sala, saiu jogando estojos e livros na parede. Ele levou uma advertência, mas nunca mais o incomodaram.
OBS: Se você é certinho e medroso como eu era e morre de medo de levar uma advertência da coordenação, fique tranquilo. Depois que você levar a primeira, vai perceber que não vai mudar nada na sua vida. Hoje eu tenho 23 anos e nenhum amigo daquele tempo sequer se lembra de qualquer motivo que o fez sair de sala. Se o preço pra se livrar de uma zoação inconveniente é fazer algo "errado segundo as regras do colégio", não ligue pra isso.
2 - Se você não é grande
a) Resolvendo na base da violência
Se algum pedagogo ler isso vai querer me processar, mas, se você tiver um mínimo de capacidade de revidar uma agressão, vá em frente. É uma situação onde você só tem a ganhar. Suponhamos que você apanhe e quebre o nariz. Você tem uma prova no seu rosto de que seu inimigo é um marginal violento e ele pode ser suspenso. Agora suponhamos que, por um milagre, você seja o vitorioso na luta. Mesmo que você seja suspenso, sua moral aumenta com o resto da turma, sua autoestima passará por uma revolução e você se tornará um herói dos oprimidos. Com violência? Sim. Violência é feio? É. Mas você bateu num cara que merecia apanhar. Você é o Robin Hood do bullying.
OBS2: É bom se preparar bem para a batalha. A maioria dos praticantes de bullying é burra, então utilize sua inteligência contra eles. Pense em golpes inusitados: canetada Bic na barriga, pó de giz nos olhos, marca-texto destampado na boca, vale até morder.
b) Mexendo com o lado psicológico do adversário
É sabido que jovens pelo mundo que sofreram de agressões ou zoações chegaram a tentar resolver o assunto de forma drástica, como no massacre de Columbine. Utilize isso a seu favor. Finja para seu inimigo que você é emocionalmente instável e que ele pode acabar se dando mal. Escreva uma daquelas cartas anônimas com letras de revistas recortadas dizendo “Se você continuar fazendo isso, vou matar sua família inteira”.
Se ele te denunciar, esconda todas as evidências e negue até a morte que foi você. E não se esqueça de fazer um olhar de maníaco para ele em toda oportunidade que surgir.
c) A vingança é um prato que você pode esquentar no microondas
Uma coisa que aprendi com a vida é que as pessoas geralmente não recebem a punição merecida pelas coisas erradas que fazem. Então o que resta é entrar no jogo. Chegue mais cedo do recreio e coloque baratas na mochila do infeliz. Entre na Internet e descubra coisas que podem ser usadas contra ele, como divórcio dos pais ou fotos da irmã piriguete, e divulgue no mural da sala de aula.
d) Resolvendo com o humor
Não importa se suas características físicas podem gerar mais piadas do que as do seu adversário. Pessoas inteligentes podem pensar em piadas melhores do que pessoas burras. E todo mundo, no fundo, só quer rir. Retribua as zoações se você tiver segurança de que seu material é engraçado. Arranje um modo de rirem mais dele do que de você. E faça piadas pontuais no meio de uma aula. Torne-se querido para o restante da sala, aqueles que não são nem opressores nem oprimidos e eles vão, com o tempo, começar a reprimir tudo que for contra você.
Bom, é isso. O lado bom é que, independente da opção escolhida, tudo isso passa. E vira piada em mesa de bar ou em coluna semanal.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/megazine/guia-politicamente-incorreto-para-sobreviver-ao-bullying-na-escola-3806483#ixzz1l7IW5sKU
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Postado por Jéssica Sobreira.
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