Em meio ao debate sobre como evitar distorções nos resultados do
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o senador e
ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PDT-DF) defende que todos os
universitários façam a prova e a nota do aluno conste no diploma. "Da
forma como é hoje, o Enade é como Enem (Exame Nacional do Ensino Médio):
os dados falsificam a realidade, porque só os melhores fazem a prova",
afirma o ex-ministro, que foi candidato a presidente da República em
2006.
Para que isso não ocorra, opina Buarque, o exame deveria ser
realizado todos os anos, abrangendo todas as áreas - atualmente os
cursos são avaliados a cada três anos. "Seria caro, mas o resultado vale
a pena. Caro mesmo é Copa do Mundo, Olimpíada". Para Maria Helena
Guimarães de Castro, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (1995-2002), a proposta de Buarque é inviável. "O
Enade é uma prova difícil de elaborar, feita por uma comissão de
especialistas. As especificações vão mudando ao longo da tempo, à medida
que os currículos de graduação acompanham o mercado", diz. Por isso,
opina Maria Helena, aplicar a prova todos os anos seria não apenas muito
caro, mas desnecessário.
Com base numa denúncia formal de que a Universidade Paulista (Unip)
seleciona apenas os melhores alunos para prestar o Enade, o Ministério
da Educação (MEC) deu dez dias para a instituição se explicar. Em 2010,
por exemplo, só 353 (41,2%) dos 855 formandos de Enfermagem, Farmácia,
Fisioterapia, Nutrição e Odontologia de unidades da Unip no Estado de
São Paulo passaram pela avaliação, termômetro da qualidade dos cursos
superiores.
Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,senador-defende-ampliacao-do-enade-e-nota-no-diploma,844635,0.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário